Para muitos, número é coisa de matemático, físico ou numerólogo. Para mim, eles são outra forma de interpretar a vida — uma linguagem que revela sentidos escondidos. E foi assim que me lembrei de uma palavra muito comum no universo corporativo: multiplicadores.
As empresas adoram a ideia: multiplicar conhecimento, valores, boas práticas. Mas cabe a reflexão: o que exatamente estamos multiplicando? Informação sem filtro? Conhecimento realmente útil? E, mais importante, o receptor está pronto para receber essa multiplicação ou apenas sobrecarregado, como um HD cheio de arquivos?
Nos últimos anos, tenho pensado que talvez devêssemos trocar a operação matemática. Em vez de multiplicar (ficar ao lado do X), poderíamos potencializar (ficar acima, como o expoente).
Na matemática, 2×3 = 6, mas 2³ = 8. O expoente transforma o número base em algo maior do que ele parecia ser. Essa é a essência da gestão moderna: liderar não é apenas replicar informação, é potencializar pessoas.
A pesquisa State of the Global Workplace 2024 da Gallup mostra que apenas 23% dos profissionais no mundo se sentem engajados em seu trabalho. Ou seja, multiplicação de informações não basta. O que engaja de verdade é quando líderes e organizações atuam como “expoentes”, ajudando cada pessoa a revelar seu melhor — mesmo que esse valor ainda esteja oculto.
Multiplicar é repetir o que já está exposto. Potencializar é transformar o que está dentro em potência visível.
Na prática, isso significa criar ambientes onde colaboradores não apenas absorvam conhecimento, mas tenham espaço e confiança para aplicar, inovar e crescer. E aqui está a diferença entre um time que apenas cumpre tarefas e um time que se torna diferencial competitivo.
Não por acaso, relatórios de High-Impact Leadership da Deloitte apontam que organizações com líderes que potencializam talentos têm 37% mais chances de superar seus concorrentes em desempenho financeiro.
E o mais belo da metáfora é que o expoente — aquele que potencializa — se coloca pequeno, acima e ao lado. Humilde, mas estratégico. Como um mentor, um líder-serviço ou até um “anjo” na vida profissional, alguém que dá visibilidade ao melhor que já existe em cada pessoa.

No fim, a gestão não deveria apenas buscar multiplicadores de conhecimento, mas sim expoentes de humanidade, faróis que esclarecem e ampliam consciências e comportamentos para a melhoria das culturas organizacionais.
E você, como tem atuado na sua equipe ou organização: como multiplicador ou como potencializador?
Deixe sua visão nos comentários e compartilhe este artigo com alguém que você acredita ser um “expoente” na sua vida profissional.
Para mais reflexões sobre percepção sensorial na comunicação, acesse: tempo.com – A comunicação esquecida em tempos de Internet
João, muito bacana este post! Muito interessante mesmo essa forma de ver as coisas! Parabéns
Obrigado, Heloisa! 😀