Letras do Tempo | Blog do João Viegas

De lado ou em cima?

Para muitos, número é coisa de matemático, físico e numerólogo. Para mim, representam mais um jeito de ver as coisas. Coisas que estão à nossa frente, codificadas em uma linguagem que pouca gente gosta porque tem dificuldade em entender, e me incluo nesse bando. Mas… porém…, vez por outra me ocorre de confrontar números com palavras e eis que me lembrei de uma palavra muito usada hoje em dia – MULTIPLICADORES.

As empresas e os grupos de pensamento comportamental, de uma forma geral, a adoram e a usam corriqueiramente, incitando as pessoas a multiplicarem o que sabem através das outras, a passarem adiante, não é assim mesmo? Bem legal isso, não tenhamos dúvida. Aprende-se muito com o outro. No entanto, o que multiplicamos? O que temos de bom para multiplicar? A multiplicação de informação ou de conhecimento está centrada em quem? No emissor ou no receptor? É no emissor? Para mostrar que tem algo a ser multiplicado? Ou é no receptor? E, se é no receptor, será que ele está apto a receber a informação transmitida? Será útil? Ou apenas encherá seu HD da cabeça ou de um computador. Vá pensando daí.

Cá com meus botões, tenho pensado, há uns tempos, que melhor mesmo talvez seria mudar a operação matemática – sair ali do lado, como o número ao lado do X multiplicador e ir para cima, nos transformando em potencializadores. Lembra-se da potenciação? Aquele numerozinho que a gente coloca em cima e um pouco à direita do número base?

Tenho percebido que a potenciação é uma operação curiosa porque parece indicar menor esforço e maior resultado. Afinal, 2×3=6 e 2³=8. Colocando o número 3 em cima do 2, fazemos com que o resultado fique maior, mais representativo, em termos absolutos. Por isso, tenho pensado que bom mesmo seria sermos potencializadores uns dos outros, porque potencializar é extrair os melhores valores de algo ou de uma pessoa, valores esses que apenas esperam boas chances, bons olhos para serem explorados em toda a sua potencialidade. Multiplicar coisas, valores humanos é legal, claro! Mas potencializar é desafiador, tanto para quem é a base quanto para quem é o expoente – é pegar um número ou valor humano e fazer com que ele, por menor seja, adquira a capacidade de multiplicar seu próprio valor, é trazer à tona o que está dentro e ninguém vê. Multiplicar é somar repetindo o que está exposto várias vezes (2×3=2+2+2=6), sem agregar valor intrínseco, apenas quantidade. Potencializar é multiplicar de verdade (2³=2x2x2=8), é pegar o número base e multiplicá-lo tantas vezes quanto o indicado no número expoente. É como se fosse saindo gente que não acaba mais de dentro de uma pessoa só, mostrando que ela é muito maior do que parece, e que apenas está confinada em termos de valor apenas por causa dos olhos do outro. Entendem? E o mais bacana é que o nome do número (ou pessoa) que sofreu a ação de um número (ou pessoa) expoente – ou seja aquele que expõe, que põe em evidência -, é potência! Ao sofrermos a ação de uma pessoa expoente qualquer, que buscou evidenciar, expor o nosso melhor, tirar valores escondidos de dentro da gente, literalmente nos tornamos uma potência. E o mais interessante: o expoente, aquele que potencializa os valores de alguém, se põe simples, pequeno, humilde, acima e meio ao lado de quem precisa ser potencializado. Te lembra alguma pessoa (anjo) na sua vida, não? A vida se comunica com as pessoas das formas mais inusitadas. Descobrir o oculto é a operação matemática de quem vive.

Quer conhecer mais aspectos da comunicação como esse? Visite: www.livrotempo.com – a comunicação esquecida em tempos de Internet

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